Um ghoul parou na entrada de um cemitério, um sorriso maligno distorcendo seu rosto.
— Finalmente! Eu consegui entrar neste reino! — disse ele, em um tom triunfante, enquanto seus olhos varriam o local. — Se fosse outro general, ele teria me percebido entre os outros ghouls. Mas, felizmente, o executor é um ignorante! — riu, avan?ando com passos determinados. — Hoje é meu dia de sorte!
Ele levantou o olhar para uma camera de seguran?a que monitorava o cemitério. Seus olhos brilharam com desprezo.
— Os humanos s?o impressionantes para desenvolver esses equipamentos inúteis. — murmurou ele, enquanto levantava o e destruía a camera com um golpe brutal. — Foi gra?as a esse tal de celular que fiquei sabendo sobre essa pessoa. — um sorriso cruel se formou em seus lábios antes de virar-se para o port?o e destruí-lo com um único golpe. O som do metal sendo retorcido ecoou como um grito.
O ghoul entrou, pisando sobre os escombros da entrada. Antes que pudesse avan?ar mais, um guarda humano apareceu, com a arma em punho.
— Você n?o pode destruir isso! — disse o guarda, aproximando-se com coragem, embora sua voz denunciasse o medo.
— Boa hora, humano. — respondeu o ghoul, seu sorriso predatório se alargando. — Me siga. — Ele caminhou para dentro do cemitério, ignorando completamente a amea?a do guarda
A cena muda novamente, desta vez para a base. Mira estava de pé diante do exército, seu olhar firme e autoritário pairando sobre os soldados. Ela segurava a aten??o de todos, cada palavra carregada de peso e propósito.
— Fizeram um ótimo trabalho hoje. Todos os ghouls, exceto aqueles na capital, foram eliminados. Alguns fugiram, mas certamente ir?o voltar. — Sua voz era firme, mas havia uma nota de urgência que fazia todos os presentes endireitarem suas posturas. — Precisamos nos preparar, pois agora um monarca invadiu o território de outro. Isso n?o é bom para nós... — ela parou, olhando para os rostos atentos à sua frente. — Mas também pode ser uma oportunidade. Generais podem cair... e talvez até mesmo monarcas. N?o sei como faremos isso ainda, mas precisamos tirar proveito da situa??o.
Mira respirou fundo antes de continuar, seus olhos ardendo com determina??o.
— Por enquanto, preciso que todos fiquem prontos na muralha. Caso os ghouls retornem, estaremos preparados. Com a ajuda do instituto, vamos consertar as armas destruídas. Preparem suas próprias armas e mantenham a vigilancia. Se o general retornar, n?o entrem em combate diretamente. Esperem os refor?os!
— Sim, senhora! — responderam os soldados em uníssono, batendo continência com precis?o.
O silêncio momentaneo foi quebrado pelo choro de um bebê. Mira desviou o olhar para Rem, que segurava o pequeno nos bra?os com uma express?o divertida.
— Era só isso. Est?o dispensados! — disse Mira, sua voz agora mais suave, embora ainda firme.
— T? come?ando a achar que ele n?o gosta de mim! — disse Rem, segurando o filho de Mira em um bra?o enquanto equilibrava sua própria filha no outro. Ela tentou manter o tom descontraído, mas o bebê chorando sem parar come?ava a testá-la.
— Ele só está agitado pelo barulho! — respondeu Mira, pegando a crian?a em seu colo com delicadeza.
Assim que sentiu o toque da m?e, o garoto parou de chorar quase instantaneamente. Rem estreitou os olhos para o bebê.
— Sei... — disse ela, com um toque de ironia.
— Se parar de encarar ele, talvez ele pare de chorar contigo também! — provocou Mira, com um sorriso leve.
— Sua irm? n?o chora comigo! Yuta é que é um garoto chor?o! — retrucou Rem, ajustando a posi??o da própria filha nos bra?os.
Na manh? seguinte, perto da muralha... O céu já come?ava a clarear com os primeiros tons de um novo dia, mas o cansa?o estava estampado nos rostos de todos.
— Que sono! — reclamou Lena, sentada no ch?o perto da muralha, esfregando os olhos enquanto soltava um bocejo.
— Virar a noite de vigia... fazia tempo que n?o fazíamos isso! — comentou um soldado do esquadr?o dela, ajeitando a arma enquanto olhava para ela e com express?o cansada.
— Os outros esquadr?es também est?o de vigia, ent?o n?o podemos reclamar! — disse Lena, espregui?ando-se como um gato pregui?oso. — Só que dormir no ch?o é ruim demais!
Antes que mais reclama??es surgissem, um dos soldados apontou para algo no campo à frente.
— Líder, dá uma olhada! — alertou, sua voz carregada de preocupa??o.
Todos os olhares se voltaram para uma figura solitária que caminhava lentamente em dire??o à muralha. Era uma pessoa coberta por um manto escuro com um capuz que escondia o rosto. A figura parecia vir diretamente da dire??o da capital.
— Está vindo da capital... Será que é um civil que escapou? — perguntou Lena, franzindo o cenho. — N?o baixem a guarda! — disse, avan?ando alguns passos na dire??o da figura, mas com cuidado.
Os soldados ajustaram suas posi??es, segurando as armas com firmeza, prontos para qualquer amea?a.
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Quando Lena chegou a uma distancia segura, ergueu a m?o, sinalizando para a figura parar.
— Fique parado aí e se apresente! O que você quer? — exclamou Lena, sua voz firme cortando o ar.
A pessoa ignorou o comando e continuou caminhando lentamente, cada passo parecendo mais amea?ador.
— Fique parado aí! — repetiu Lena, com um tom mais severo. — Eu n?o queria fazer isso, mas você n?o está me dando escolha!
Lena levantou a m?o em um gesto claro, e imediatamente o esquadr?o inteiro apontou suas armas para a figura misteriosa.
— N?o se mova ou vamos atirar! Vou perguntar de novo: o que você quer? — gritou ela, a tens?o agora visível em seu rosto.
A figura continuou avan?ando, sem dizer uma palavra. Quando finalmente entrou no campo de vis?o completo de Lena, a líder parou abruptamente. Sua express?o mudou em um instante de autoridade para puro terror. Seus olhos se arregalaram, e ela deu um passo involuntário para trás.
— Atirem! — ordenou ela, sua voz carregada de urgência e medo.
Os soldados hesitaram por um breve segundo, confusos com a rea??o de Lena, mas o tom em sua voz n?o deixava espa?o para dúvidas. Eles abriram fogo, as rajadas ecoando pela aréa.
O manto da pessoa estava completamente perfurado pelos tiros, mas, de forma surreal, ela permanecia de pé, imóvel, como se os disparos n?o tivessem tido qualquer efeito.
Os soldados, perplexos, cessaram fogo.
— Que tipo de piada é essa, malditos ghouls?! — exclamou Lena, tentando recompor-se.
— Morreu em pé... O que essa pessoa estava pensando? — disse um soldado, aproximando-se cautelosamente de Lena, sua voz carregada de incredulidade.
Lena estreitou os olhos, sentindo o ar ao seu redor pesar de forma opressiva. "Tem algo errado... Meus instintos est?o gritando isso!" pensou ela, encarando a figura imóvel com crescente desconfian?a.
De repente, como se seu corpo tivesse respondido sozinho, Lena soltou um grito:
— Desviem! Agora!
Mas era tarde demais. No instante em que Lena gritou, a figura manifestou um tentáculo grotesco que se moveu com uma velocidade absurda, cortando o ar como uma lamina viva. Em um só golpe, todo o esquadr?o de Lena foi eliminado. Gritos abafados e o som das armas caindo ecoaram pela muralha enquanto o sangue tingia o ch?o.
Lena conseguiu se abaixar no último segundo, o tentáculo passando a centímetros de sua cabe?a.
— Por quê? — gritou ela, o pavor estampado em seu rosto enquanto observava a figura avan?ar lentamente em sua dire??o.
A criatura, ainda envolta pelo manto rasgado, parou de repente e ergueu o olhar para o céu. Por um breve momento, parecia contemplar algo distante, e ent?o, sem dizer uma palavra, manifestou suas asas e al?ou voo, desaparecendo rapidamente no horizonte.
Lena caiu de joelhos no ch?o, seu corpo tremendo enquanto olhava para os corpos de seus companheiros.
— Meu esquadr?o! — sussurrou ela, sua voz entrecortada pelo choro. Lágrimas escorreram por seu rosto enquanto o peso da perda esmagava seu cora??o.
A cena muda para a base...
Na base, Mira ajustava os cobertores de seus dois pequenos — seu filho e sua irm?zinha, ambos deitados em carrinhos de bebê, inquietos e chorando.
— Vocês dois, esperem só mais um pouco! Eu vou pegar alguma coisa pra mim comer e já trago pra vocês também! — disse Mira, tentando acalmá-los.
Os dois bebês estavam cheios de energia, mas o choro de fome ecoava pelo refeitório. Mira suspirou, dando-lhes um olhar terno antes de caminhar apressada em dire??o à cozinha.
Enquanto ela estava ocupada pegando alimentos, uma sombra surgiu na entrada do refeitório. Era uma figura encapuzada que se moveu silenciosamente até a mesa onde os carrinhos de bebê estavam. A figura sentou-se à mesa, encarando os dois pequenos com uma postura estranhamente calma.
Os bebês, que até ent?o choravam incessantemente, pararam de repente. Seus olhares se fixaram na figura encapuzada, e o silêncio tomou conta do ambiente.
— Eu já t? indo aí! Pode olhar os dois rapidinho! — gritou Mira da cozinha, ouvindo os passos da pessoa que havia entrado.
Ela estranhou que n?o houvesse resposta, mas continuou organizando a comida, incluindo algo para a pessoa misteriosa que parecia estar cuidando dos bebês.
Os pequenos permaneciam fixados na figura, sem emitir nenhum som. O refeitório, que há pouco estava cheio de choros e lamentos, agora parecia mergulhado em um silêncio quase sobrenatural.
A pessoa pegou a garrafa que estava sobre a mesa. Alguns segundos depois, Mira estava terminando de organizar a comida.
— Que barulho é esse? — exclamou Mira, confusa.
Carregando os alimentos, ela saiu apressada da cozinha. Assim que chegou lá fora, uma vis?o a paralisou. Por um instante, era como se o tempo tivesse parado. Kay estava sentado ali, tranquilamente tomando café e sorrindo enquanto observava as crian?as deitadas nos carrinhos.
"N?o pode ser... isso n?o faz sentido..."
O som de algo se partindo trouxe Mira de volta à realidade. Ela piscou os olhos, e a cena mudou. à sua frente, havia um ghoul. Ele tinha uma aparência assustadoramente semelhante à de Kay, mas era impossível ignorar os aspectos grotescos: a pele acinzentada, os olhos vermelhos brilhantes e os dentes afiados que rasgavam a garrafa junto com o café que estava dentro.
As m?os de Mira tremeram, e os alimentos caíram ao ch?o. Em um impulso, ela correu para os carrinhos, puxando as crian?as para perto da entrada, tentando protegê-las.
Nesse instante, o alarme de ghouls ecoou por toda a base, um som estridente que fazia o cora??o acelerar.
A voz de Lena veio pelo rádio, carregada de urgência:
— Tem um ghoul que parece o Kay! Ele matou todos os meus soldados e depois voou para longe, na dire??o da base!
Mira respirava pesadamente. Memórias do passado e imagens do futuro que ela desejava vivenciar passaram em um turbilh?o pela sua mente. Seus batimentos dispararam, e ela sentiu o peso de cada escolha que a trouxe até ali.
— Filha! — gritou Rem, entrando no local acompanhada pelo esquadr?o de Joana.
Os soldados cercaram o ghoul, que ainda mastigava os restos da garrafa com calma assustadora.
— Que merda é essa? — exclamou Joana, apontando suas laminas para a criatura.
— Leve as crian?as e a Mira daqui! — ordenou o ex-capit?o, aproximando-se da porta do refeitório.
Rem n?o hesitou. Agarrando Mira e os carrinhos, ela se retirou com pressa, protegendo os pequenos.
O ghoul terminou de devorar a garrafa, limpando a boca com as costas da m?o. Ent?o, pela primeira vez, levantou os olhos e fixou o olhar em Joana. Ele ignorou completamente os outros soldados, como se n?o fossem dignos de sua aten??o.
— Se quer lutar, vamos lá para fora! — desafiou Joana, estreitando os olhos.
A voz de Lavel surgiu pelo celular de Joana, interrompendo o momento tenso:
— Ele só vai atacar se vocês atirarem. Foi isso que aconteceu com o esquadr?o da Lena.
— O que é para fazer, ent?o? — rosnou Joana, apertando ainda mais o cabo de suas laminas.
— Esse ghoul deve estar no nível de um general. Prendam-no e levem-no para o instituto! — instruiu Lavel.
Joana riu, incrédula.
— Quer que eu arrisque meus soldados para capturar esse ghoul? Tá brincando! Isso deve ser obra do General Pregui?oso!
— Aqui n?o temos estrutura para prender um ghoul desse nível. E o cheiro dele vai atrair outros. Levá-lo para o instituto é a melhor op??o. Lá eles podem estudar os poderes do general através desse ghoul! — argumentou o ex-capit?o.
Joana rangeu os dentes, olhando ao redor.
— Tragam correntes, gaiolas ou qualquer coisa feita de noxium que impe?a esse ghoul de se mover sem machucá-lo! — disse ela, sua voz carregada de frustra??o e determina??o.
Alguns soldados saíram correndo para buscar os equipamentos necessários. Os restantes permaneceram em alerta, prontos para agir ao menor movimento do ghoul.
A criatura, no entanto, n?o fez nada. Continuava sentada, seus olhos fixos em Joana, como se a estivesse estudando. O silêncio era quase insuportável, uma pausa tensa que fazia até o ar parecer mais pesado.
"Isso n?o vai acabar bem..." Joana pensou, apertando ainda mais as laminas.
Os soldados retornaram, arrastando correntes pesadas, e Joana se aproximou com cautela. O ghoul, no entanto, n?o se moveu, mas seus olhos, fixos nela, nunca deixaram de brilhar com uma intensidade inquietante.
Joana foi rápida. As correntes se encaixaram com precis?o, prendendo os bra?os do ghoul com um estalo seco. Num movimento ágil, ela o derrubou no ch?o com uma for?a brutal. Outro soldado rapidamente prendeu as pernas do ghoul, e assim, em uma a??o coordenada e sem falhas, um general foi capturado.
— Por que n?o alertou antes? — exclamou Joana, a irrita??o evidente em sua voz.
— Ele estava com capuz e, pela silhueta humana, me fez acreditar que fosse alguém usando um traje! — explicou Lavel, com um tom de desculpas, mas a tens?o ainda pairando no ar.
— Como devemos levar ele? — indagou Joana, seus olhos fixos no prisioneiro, que permanecia inerte no ch?o.
— V?o voando. Tudo indica que o general consegue usar os ghouls que cria como antenas para perceber o que está acontecendo ao redor deles! — respondeu Lavel, já formulando planos.
Joana manifestou um tentáculo que se enrolou ao redor do corpo do ghoul, erguendo-o com facilidade. Ela se retirou do local, o ghoul suspenso pelo tentáculo, enquanto os soldados mantinham a guarda alta, ainda desconfiados de qualquer movimento.
A entrada se abriu, e o som do metal rangendo parecia cortar o silêncio da noite.
— Avise para a Mira que estamos levando o ghoul como prisioneiro para o instituto! — ordenou Joana, sem desviar o olhar do ghoul.
— V?o com cuidado! — avisou o ex-capit?o, sua voz grave e tensa.
Com um gesto, Joana manifestou suas asas e, com um impulso poderoso, al?ou voo. Os soldados seguiram sua lideran?a, voando ao seu redor
Alguns minutos depois...